Yusra Mardini
Yusra Mardini
(imagem retirada de Unsplash)
Yusra nasceu em Damasco (a capital da Síria) no dia 5 de março de 1998. Como o seu pai, Mohamed Mardini, era treinador de natação, não demorou muito tempo a dar as primeiras braçadas. Ela adorava nadar.
Yusra gostava muito do país em que vivia, dos amigos, da escola… de tudo. Mas pouco tempo depois de festejar o seu 13º aniversário, o seu país deixou de ser o lugar acolhedor de que ela tanto gostava e passou a ser um lugar assustador e escuro. Acabava de começar uma guerra civil!
Com o passar dos meses tudo se ia tornando cada vez pior, mas Yusra nunca abandonou a natação. Não foi fácil. Por vezes, estava a caminho de uma prova quando recebia um telefonema da mãe, que lhe pedia para voltar para casa, por causa dos bombardeamentos.
Mas o pior foi quando a piscina onde treinava habitualmente foi atacada, o teto ficou com buracos e ela teve de parar.
Havia cada vez mais bombardeamentos e um dia a casa de Yusra e da sua família foi atingida!
Ela e a sua irmã mais velha, Sarah, tiveram a oportunidade de fugir para a Alemanha, mas a decisão não foi fácil. O pai e a mãe tinham de ficar na Síria.
Apesar do medo e da insegurança, Yusra e Sarah partiram em agosto de 2015 em direção à Alemanha. Antes de chegarem ao destino tiveram de passar por vários países, o primeiro foi o Líbano e daí partiram para a Turquia. Pelo meio, passaram quatro dias no meio da floresta, sem comida e sem água. Até ao dia em que, a troco de dinheiro, arranjaram um barco que as levaria para a Grécia.
A embarcação não devia levar mais do que seis ou sete pessoas, no entanto, iam a bordo 20 refugiados.
De repente, o motor parou durante a viagem e a polícia marítima ignorou os pedidos de ajuda. Toda a gente entrou em pânico, mas Yusra, lembrou-se de que era uma nadadora e uma nadadora não pode morrer no mar!
Então, saltou para água com a irmã e um rapaz, os três jovens ataram-se ao barco com cordas e puxaram-no.
Nadaram mais de três horas e fizeram um esforço sobre-humano. Quando faltava ainda meia hora, Yusra perdeu as forças e teve de voltar para dentro do barco. Foi mais difícil sem ela, mas passado algum tempo chegaram à Grécia.
O mais difícil já tinha passado! Foi esse pensamento que lhe permitiu fazer o caminho até Berlim de forma tranquila. Passou pela Macedónia, pela Sérvia, pela Hungria, por Viena e por Munique até finalmente chegar à capital alemã em setembro de 2015.
Quando chegou, só pensava em encontrar uma piscina onde pudesse continuar a nadar. Afinal era essa a sua paixão.
Passado pouco tempo, inscreveu-se num clube de natação, o Wasserfreunde Spandau 04.
Yusra continuou a nadar e toda a gente ficou espantada. Ela nadava mesmo muito bem! E em março de 2016 entrou para a lista de refugiados que poderiam fazer parte da equipa oficial para os Jogos Olímpicos. Dois meses depois, recebeu a notícia de que tinha sido escolhida e ficou muito feliz.
Atualmente Yusra é Embaixadora da Boa Vontade da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
Apesar de tudo o que passou, ela conseguiu realizar os seus sonhos e continuar a fazer aquilo de que gosta, pois como Yusra Mardini disse: “Quero mostrar a toda a gente que a seguir à dor e à tempestade chegam dias mais calmos. Não quero que desistam dos sonhos, quero que façam o que vos diz o coração, mesmo que pareça impossível.”
Madalena Machado Seixas, 6.º A
Professora Lina Marques, Cidadania e Desenvolvimento