Concurso "Ser Escritor é Cool" - Desafio 3
A casa da minha avó
E cá estamos novamente, não com a mesma frequência de antigamente, mas sempre recebidos com os mesmos sorrisos, ao sair do carro. Os sons dos passarinhos voam pelo ar, respiro o ar da aldeia e oiço o meu avô a chamar por mim.
Ao entrar na casa da minha avó consigo relembrar-me de todas as doces memórias, o pão com queijo e marmelada que comia após sair da monha antiga escola, o cão preto a correr atrás de uma bola vermelha, os almoços familiares com a família do estrangeiro… coisas que fazem os olhos de uma inocente criança brilhar.
O meu avô diz-me que a avó está na cozinha, subo as escadas que para lá me levam, o cheiro a rojões enche as minhas narinas, sento-me ao lume enquanto passo as mãos pelo suave pelo do gato Tobias, que por acaso não subiu ao limoeiro hoje, enquanto oiço a minha avó a falar sozinha com aquela voz doce que nunca mudou.
Sento-me à mesa e começo a comer.
- Estás muito magrinha! – diz a minha avó como sempre, mas não me incomodo com isso, continuo a comer aquela comida que não há ninguém que a faça melhor. Vejo uma piscadela da minha avó e uma nota de dez euros passa por baixo da mesa.
- Guarda para a faculdade. – murmura.
Quando acabo de almoçar, espero a autorização da minha avó para poder sair da mesa, oferece-me uma peça de fruta, digo obrigada, mas não me apetece.
- Come! Depois andas sempre constipada!- ela insiste. Acabo sempre por comer a peça de fruta.
Mais tarde, oiço o portão a abrir, é a minha mãe a chegar para me buscar, e assim, o dia acaba comigo a voltar para a cidade.
Infelizmente, sei que algum dia, tudo isto será apenas uma doce memória.
Maria Inês Duarte Couto, nº19, 6ºA
Professora Bibliotecária- Carla Araújo